Numa altura em que o número de créditos ao consumo não pará de aumentar, deixamos 7 cuidados a ter na altura de recorrer a este tipo de crédito.
1 – Reconsiderar se a compra pode ser feita através de uma poupança
Antes de se comprometer com um empréstimo pessoal, é aconselhável considerar se existem outras soluções para a compra que pretende fazer. Embora muitos empréstimos pessoais sejam contraídos com o propósito de financiar uma grande compra, é importante pesar todas as suas opções antes de tomar uma decisão.
Esta opção não permite a compra imediata, mas irá poupar-lhe uma quantia significativa ao evitar o pagamento de juros e outros encargos. Portanto, pondere a necessidade imediata de um empréstimo contra a poupança potencial para ver se esta é a escolha certa para si.
2 – Analisar a sua taxa de esforço
É recomendado que a taxa de esforço não exceda 30%. Se calcular esta taxa com antecedência, provavelmente saberá se o seu pedido de crédito ao consumo será ou não aprovado.
A taxa de esforço é um dos pontos mais relevantes para determinar o perfil de risco dos clientes e se deve ou não pedir um montante de crédito mais baixo para evitar o risco de incumprimento.
3 – Não tomar decisões com base em simuladores
Se está a considerar contrair um empréstimo pessoal, então provavelmente já realizou algumas simulações de crédito online. É uma boa ideia ter uma noção da prestação mensal a ser paga e das taxas de juros associadas antes de contrair um empréstimo.
Contudo, é importante estar ciente de que alguns simuladores não incluem certos encargos e impostos nos valores finais. Além disso, estes simuladores não avaliam o perfil de risco dos clientes, o que é um fator chave nas decisões de crédito tomadas pelas instituições financeiras.
4 – Verificar os encargos e os juros associados aos créditos ao consumo
A dificuldade por vezes reside na compreensão do significado de certas siglas, ou na identificação de todos os encargos. Por isso, é importante primeiro compreender as taxas de juros (TAN, TAEG, MTIC), e depois compreender todos os encargos e condições associadas ao seu crédito pessoal.
Neste artigo tem o significado detalhado destas siglas.
É importante que olhe para todos os encargos individualmente, usando a FIN, Folha de Informação Normalizada, em vez de simplesmente confiar na TAEG para lhe dar uma representação precisa do custo total do seu crédito.
5 – Confirmar se a entidade é um intermediário de crédito
O Banco de Portugal tem vindo a emitir avisos e a comunicar com o público para ajudar a proteger as famílias de esquemas fraudulentos. Uma das coisas que o BdP aconselha é consultar a lista de instituições registadas antes de proceder a qualquer tipo de financiamento.
Como tal, ao verificar se a instituição está nesta lista, pode ter a certeza de que está qualificada para conceder crédito em Portugal. Se a entidade não estiver incluída neste registo, então não divulgue qualquer tipo de informação pessoal. Cuidado com as falsas alegações de publicidade que parecem ser demasiado boas para serem verdadeiras. Lembre-se que algumas fraudes são conduzidas por organizações em nome de outras entidades.
Assim, caso se depare com este tipo de situação, o melhor a fazer é denunciá-la ao Banco de Portugal.
6 – Evitar as entidades que prometem milagres
Existem muitos esquemas financeiros disfarçados de ofertas atractivas para um financiamento fácil e rápido, sem custos ou burocracia.
A maioria dos esquemas envolve prometer um crédito a um cliente sem a devida análise, mas nenhuma instituição financeira credível pode garantir isto.
Neste esquemas poderá ser-lhe pedido dinheiro antes de assinar um contrato. Este pedido pode ser disfarçado como uma comissão para libertar o crédito, mas também pode referir-se ao pagamento de seguros, impostos, ou mesmo uma taxa de transferência internacional. Um intermediário de crédito autorizado nunca irá pedir-lhe este tipo de pagamentos antes de assinar o contrato.
7 – Não aceitar um crédito ao consumo que peça a garantia dos seus bens
Segundo o Banco de Portugal, este tipo de empréstimos “exigem como garantia imóveis ou outros bens sujeitos a registo, como um automóvel, avaliados por um preço muito inferior ao valor de mercado. E quando o devedor falha uma prestação acaba, quase sempre, por perder os bens dados como garantia”.
A maior parte do financiamento é tipicamente feito por particulares . O processo é geralmente simples: eles solicitam a sua propriedade como garantia de liquidez imediata. Existe normalmente a promessa de que o devedor será capaz de manter a casa e poderá recomprar a sua propriedade mais tarde. Contudo, caso falhe um pagamento da prestação, perde o direito de utilizar e voltar a comprar a habitação.
Em caso de dúvida, contacte o Banco de Portugal.